segunda-feira, 13 de outubro de 2014

A mágica e o poder da fotografia


Ter um gosto eclético pode ser importante na vida de uma pessoa, em meu entendimento. Puxo a brasa para minha sardinha, como diz o ditado, porque sempre fui assim. Tanto no que se refere ao trabalho como aos tipos de entretenimentos. Por contingências da vida tive muitas fases de trabalho, todas muito interessantes. Nos entretenimentos e diversões também! Sou fascinado por barcos, aviões, esportes na natureza, fotografia, internet, eletrônica e  muita coisa mais. Acho que isso talvez tenha me atrapalhado um pouco pela variedade de opções.

Em minha adolescência a fase do futebol, com muita empolgação com os times. Isso dava um trabalho enorme para minha mãe quando tentava fazer a minha retirada de um campo de futebol, visto que às vezes somente parava quando não enxergávamos mais a bola! Período que me deixa saudoso. Mas por outro lado li bastante quando criança e jovem, o que certamente contribuiu para minha formação no futuro, na área de inteligência.

Durante toda a juventude foi o radioamadorismo que me encantou, através do qual consegui contatos com 172 países “confirmados”, como se diz entre os radioamadores, por “QSL”, que é uma confirmação do contato feita através do envio de um cartão postal, carta ou o quer que seja, pelos correios. Até hoje guardo os QSL recebidos! Iniciei como Faixa do Cidadão ou “PX” no dia em que acompanhei meu amigo Zé Roberto, da TV Educativa, falando com o Paulinho (irmão dele) através de um rádio instalado no carro. Achei aquela possibilidade superinteressante. Logo estava também falando com os amigos do carro e também com uma central que instalei em casa (detalhe: ainda não existia o telefone celular, o que tornava o serviço de extrema utilidade). Progredi neste caminho até ser Radioamador Classe “A”, de prefixo PT7-JSN, com o “QRA” (nome) Silva Neto. Por muito tempo mantive uma estação de rádio com os melhores equipamento da época e antenas direcionais, com rotores, tudo bem caprichado. Para completar o “esquema” gostava muito de atirar e de praticar judô e karatê.

A eletrônica também ocupou um espaço bem legal de minha vida, juntamente com a música, que praticamente me acompanhou desde criança. E mais recentemente outro mundo fascinante – a informática e tudo que é ligado à tecnologia. Todos são mundos fascinantes e que abrem horizontes praticamente diversos e infinitos! Quando começava a fazer um improviso sobre um tema legal um mundo novo se abria, como uma viagem! Da mesma forma quando conseguia um contato de rádio com o Japão ou outro país considerado difícil era empolgante demais. Na realidade escrever este texto foi uma "parada dura" pois várias vezes meus pensamentos fluíram para direções diferentes e a concentração demorava a retornar.

O mundo das imagens

Mas, reconstituindo minha trajetória, constato que a fotografia sempre me atraiu desde novo. Mesmo com todas as dificuldades de antigamente, fotos em preto e branco, filmes, máquinas analógicas e as revelações das fotos. Acho até que as dificuldades provocavam mais e mais a vontade pelas descobertas. Cheguei a construir uma pequena caixa para revelar os filmes! Comprava os líquidos reveladores e os fixadores, papel fotográfico e passava horas entretido em revelar meus próprios filmes. Um trabalho danado e expectativas frustradas em muitas oportunidades. A imagem não aparecia na revelação! Ora a falha poderia ter sido ocasionada pela queima do filme ao colocar ou retirar da máquina, dentro do quarto escuro, com o manuseio do filme para a revelação, enfim... Não demorei muito tempo com isso por exigir muita paciência...

As filmagens

Mais tarde fiz uns testes com pequenas filmagens em super 8. Como a filmadora e todos os processos eram caros para mim essa fase de filmagens durou pouco, para reaparecer somente com o advento do vídeotape e das filmadoras em VHS. Aí sim, deitei e rolei. Horas de gravação em diversas oportunidades, sendo que graças a este meu gosto temos hoje diversos registros de meus pais, que já não estão mais conosco aqui neste plano, além dos filhos, amigos, primos e locais. Passei também pela fase das gravações de fitas cassete, em áudio. Tenho gravações de meus filhos quando começavam a falar e nos primeiros anos de vida. Como tudo isso é importante. E com o tempo vai se valorizar ainda mais, tenho certeza. Para ter uma idéia transformei de VHS para DVD mais de 60 horas de vídeo, de momentos especiais para nossa família! E valeu a pena o esforço realizado. O intuito maior é deixar os registros para filhos e netos, possibilitando a eles um conhecimento de seus antecessores, de como eram seus pais e avós. Como eu gostaria de ver hoje uma imagem em vídeo de meu avô, João Ribeiro da Silva, um homem que teve o seu nome replicado em várias gerações em sua homenagem! E dele somente temos um “retrato” que mais se parece com uma pintura. Sua voz, seus gestos, o que dizia, tudo se perdeu, infelizmente. Ficaram apenas poucas frases anotadas em uma agenda pessoal...    

Uma pessoa inovadora, o meu pai

O meu pai, Alberto Ribeiro da Silva, era uma pessoa que enxergava longe, um visionário como alguns o chamavam. Ele morou algum tempo em Balsas, no Maranhão. Nesta temporada teve a ideia de gravar fitas de áudio em família e usá-las para nossa correspondência! Assim, em Fortaleza nós juntávamos a família para gravar as novidades e enviávamos a fita pelos correios. Depois de algum tempo recebíamos outra fita, do papai, da mamãe e de outros parentes, comentando nossa última “carta” em áudio! Tenho também estas gravações, que são para mim uma preciosidade! 

Mas bem: há quem não goste muito de fotografar ou de ser fotografado e eu respeito a vontade, mesmo porque quando trabalhava em televisão, como músico me exibia com o Conjunto Big Brasa na televisão com minha guitarra e fazia tudo aquilo com a maior naturalidade. Mas, pelo contrário, quando tinha falar alguma coisa na frente das câmeras, como uma pequena entrevista para as fãs do interior do Estado, ficava inseguro - assim como reagem muitas pessoas – inclusive artistas – os quais apesar dos treinos constantes sempre ficam um pouco nervosos.

A revolução digital

Atualmente se a fotografia se tornou popular. Todo mundo pega uma câmera ou simplesmente um telefone celular e sai clicando tudo, gravando, fazendo os “selfies” da vida. Graças ao poder dos registros é impressionante como os flagrantes diversos são registrados em todos os locais e em instantes podem estar na internet, disponíveis para todo o mundo! Com a quantidade de imagens é lógico que a qualidade não é a mesma. Porque não existe tanta preocupação em clicar algo com os ajustes bem feitos da câmera. As pessoas as colocam no modo automático e clicam à vontade. E ao invés de esperar algum tempo para ver seus resultados fotográficos, esperando pela revelação dos filmes, como feito antigamente, conferem suas fotos na hora!

No início da fotografia digital estava em um aniversário com uma câmera e fotografava muito, quando um fotógrafo profissional, dos antigos, questionou por que eu “tirava tanta foto”, sendo que segundo ele “fazia apenas dez uma vinte fotografias” e eram melhores do que as minhas trezentas imagens... Sem concordar ou discordar respondi: “É, mas eu posso perder cinqüenta por cento de minhas fotos e ainda ficarei com 150 fotos boas”. Certamente uma preocupação dele com a tecnologia que chegava para ficar. Atualmente, pela qualidade dos equipamentos digitais (câmeras e filmadoras), praticidade e velocidade na obtenção dos resultados, todo mundo aderiu ao mundo da imagem digital. E acima de tudo, com o auxílio de tecnologias modernas auxiliares, podemos transmitir nossas fotos em instantes, quer enviando os arquivos por e-mail ou simplesmente postando nas redes sociais, compartilhando com nossos amigos, parentes e familiares em toda parte!

Em última análise: gosto muito de tudo aquilo que aprendo e que faço. Talvez seja importante para uma quebra de rotina quando a vida nos pede isso. E assim me encontro, em uma praia, uma serra, em qualquer lugar, clicando as paisagens e me sentindo bem. Que novidade virá pela frente?

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