O dia 29 de abril é dia de meu aniversário. E daí? Poderiam dizer
alguns.
Para mim significa mais um ano de vida, que é o nosso presente divino.
Mas o significado é apenas cronológico, uma marcação de nossa permanência nesta
maravilhosa viagem. E como tal a data poderia ou não ser assinalada. Achei por
bem externar para os familiares, amigos e amigas, filhos e netos, mais algumas
impressões.
Tenho muita gratidão e lembranças boas de São José dos Campos, São Paulo, onde nasci (foto ao lado). Na infância recebi de
meus pais muita dedicação, ensinamentos e bons exemplos. Tive o meu primeiro
contato com a Música, além de uma série de legados importantes que eles me
deram para que eu enfrentasse toda a viagem até os dias atuais. Fortaleza é a cidade que moro há tempos
e que considero muito importante para mim, por ter me acolhido muito bem e que
me proporcionou tudo em variados aspectos.
Por que acho importante
registrar aspectos de minha viagem?
Algumas pessoas não escrevem nada, apenas observam as estações que
passam sem comentar. Suas impressões ficam, portanto, restritas ao
armazenamento que possuem em suas mentes. Assim essas pessoas chegam ao seu
destino e não transmitiram nada, a não ser impressões próprias que talvez – e
eu repito – talvez, sejam armazenadas automaticamente em alguma planilha no
outro plano, uma de nossas futuras moradas. Sei perfeitamente que o fato de
registrar ou não, de escrever ou não, em nada impede que um dia as nossas
atividades aqui na Terra cessem. Mas penso diferente. Não é simples nostalgia
ou coisa que o valha. Pelo contrário, gosto muito de aprender constantemente e
de vivenciar experiências novas, mas nada impede que recorde tudo aquilo que
faz parte do alicerce de minha existência.
Quando noto o valor que nós mesmos atribuímos a conhecimentos de
nossos antepassados, através de fotografias, de escritos ou de outra forma, a
importância que hoje os pesquisadores dão para achados mínimos de civilizações
antigas, por exemplo, aumenta a minha vontade de externar, de registrar,
escrever, fotografar, filmar. No mínimo facilitará para um ou outro interessado
o entendimento de uma vida. Efêmera, mas uma Vida. Quisera eu ter em mãos
muitos escritos de meu avô, João Ribeiro da Silva, além de umas poucas linhas
encontradas em um rascunho feito com ele. O meu pai, ao contrário, escreveu
muito! Dois livros chamados “O Meu Depoimento” e “Lições de Vida” os quais
transformei em um blog em memória dele, que gostava muito de inovações, mas não
chegou a conhecer a internet como ela é hoje.
Registros da viagem
Ora, como em um passeio, quando guardamos fotografias e lembranças
agradáveis, isto produz marcas em nossa mente e, conforme acredito, traços em
nosso espírito, uma espécie de “backup” que nos acompanhará eternamente, de
modo especial quanto aos dados mais importantes que ficam armazenados em nosso
cérebro, ao longo da vida.
Assim sempre registrei a hoje vou atualizar a minha simples
história de vida, comum, repleta de momentos felizes, mas também com todos os
percalços encontrados ao longo do caminho. Será uma possibilidade, quem sabe,
para os meus netos ou bisnetos ou mesmo outras pessoas tenham dados mais fáceis
de encontrar.
O grau de abrangência destes registros está concentrado basicamente
em aspectos da Infância, Adolescência e Juventude, fase Adulta e da
Envelhescência, pois não há limite exato entre essas etapas. Saúde, Educação,
Família e seus relacionamentos, Trabalho, Lar, são itens que pertencem à Teoria
dos Círculos Concêntricos, que foi motivo de outra matéria escrita por mim.
Quanto ao título desta nota “As boas fases da vida”, é importante dizer que
existem também as adversidades, que são muitas, mas que todas fazem parte deste
presente de Deus que recebemos, ou seja, as eventuais más fases também integram
plenamente a Vida em seu todo.
A partir de um estudo em vários colégios, em razão de mudanças
feitas pelos meus pais Alberto e Zisile, que não mais estão comigo fisicamente,
tive boas chances de vida em setores laborais diferentes e em meu entendimento
soube aproveitar cada uma delas, dentro de minhas possibilidades. A
versatilidade e a facilidade de adaptação, talvez conceitos assimilados de meu
pai, me ajudaram muito. Dizia ele que todos os serviços eram nobres, desde que
bem executados. Ainda hoje não sei o que é melhor, uma dedicação integral a um
só tipo de trabalho (que possibilitar um aprendizado maior na área escolhida)
ou possuir uma facilidade de adaptação a diferentes setores. É de minha
natureza intrínseca e tal questionamento é apenas uma constatação. Pois as
diferentes fases vividas foram intensas e de igual forma produtivas e muito
interessantes e boas.
A Música em minha vida
A Música, com o Conjunto Big Brasa, na juventude, deixou um legado
que até hoje persiste. Como um guitarrista dedicado, consegui agrupar e ficar
cercado de pessoas, jovens iguais a mim, de muita qualidade pessoal e musical. Fui
muito esforçado como guitarrista. Muitas pessoas me consideravam um bom músico.
Mas tenho a exata consciência de que apenas me espelhei em músicos exímios,
para conseguir um melhor desempenho na atividade. No mesmo período cursei
Faculdade de Música, procurei aperfeiçoamento em outros instrumentos, trabalhei
com música na TV Ceará Canal 2, da extinta Rede Tupi de Televisão e na TV
Educativa do Ceará (TVE) da Funtelc, como produtor musical e também como
sonoplasta.
O legado deste período foi muito bom, porque nos Anos 60 e no
período da Jovem Guarda, formamos uma base sólida para o futuro. Todos
estudavam muito e hoje a Família Big Brasa, como a chamamos, seguiu caminho em
diferentes áreas, alguns na própria Música onde permanecem até hoje com muito
sucesso.
Futuramente, após o término do Conjunto Big Brasa, em meados de
1978, houve o meu ingresso na Área de Inteligência do governo federal, na qual
tive o contato com valores importantes para a Nação, figurando sempre em
primeiro plano a Verdade. Como sempre estudei muito e realizei os cursos de
mais alto nível nesta área, seguindo a lógica transmitida a mim pelo meu pai,
de que em todo serviço deveria procurar fazer o melhor, dentro de minhas
possibilidades e limites.
Depois disso outro fascinante mundo se abriria para mim, o da
Informática, com a instalação da primeira Escola de Informática de Messejana, a
Máxi Informática, que formou centenas de alunos. Aproveitava assim pequenos
conhecimentos de programação adquiridos na juventude e desenvolvidos mais tarde
gradativamente. Mais adiante, após onze anos, a iniciativa de criar um Portal
na internet (o Portal Messejana) que ajudasse na congregação da comunidade,
divulgasse os atrativos de Fortaleza, Ceará pelo mundo através de reportagens
diversas, fotografias, textos e editoriais, além de proporcionar espaços
importantes para a juventude através de projetos sociais, dentre eles o projeto
“Garota Portal Messejana”, voltado para o desenvolvimento de talentos jovens
para as áreas de moda, de publicidade. O Portal Messejana hoje é reconhecido
como entidade de utilidade pública pelos governos federal, estadual e
municipal.
Com isso, nesta oportunidade, agradeço a todos que comigo
compartilharam estes anos de minha vida, nas diferentes fases e atividades.
Como o sonho continua o Conjunto Big
Brasa ainda mantém suas chamas através de um legado de amizades, de
lembranças que produziu em muitos jovens que com ele dançaram no Balneário Clube de Messejana, nos
diversos clubes de Fortaleza e também em inúmeras cidades nordestinas,
inclusive do Maranhão e do Piauí. A maioria relembra fatos ocorridos e também
saudosamente as diversões e tudo aquilo que vivemos naquele período
maravilhoso.
As postagens sobre o Conjunto
Big Brasa que fazemos através das redes sociais, com muitas fotografias de
nosso acervo e textos extraídos dos livros que escrevi, recebem diariamente centenas
de comentários extremamente positivos. Esclareço que todas elas não têm a menor
pretensão musical, de engrandecimento pessoal, musical etc. Mas apenas de
reavivar nossos relacionamentos e agradecer pelo legado de amizades que até
hoje nos propiciam encontros musicais entre amigos, com a música estabelecendo
em elo entre todos, onde todos se irmanam de uma forma que a Música consegue
fazer de modo intenso.
Por último ressalto e também agradeço pelo respeito dedicado
carinhosamente a mim e ao Conjunto Big Brasa, além das referências carinhosas a
meu pai Alberto Ribeiro e minha mãe Zisile – in memoriam – pela dedicação que
tiveram em todos os contextos de minha vida, em particular com o lado musical.
Muitos possuem o conhecimento das dificultadas encontradas por uma
juventude tão nova e dedicada ao entretenimento através da Música, nas festas,
tertúlias, matinais e vesperais. Outros, uma minoria insignificante e que
talvez nem merecesse este comentário, compara a qualidade dos instrumentos
existentes hoje para se glorificar e tentar de alguma forma nos desqualificar. Mas
tudo isso faz parte da natureza humana.
O show deve continuar, com a busca incessante do aperfeiçoamento,
em todos os sentidos, para que esta viagem seja bem proveitosa.
Um abraço em todos.
Um abraço em todos.
Em abril de 2019