quarta-feira, 7 de agosto de 2013

A seca no Ceará e a falta de uma solução definitiva para os problemas decorrentes


É uma situação aflitiva que ocorre periodicamente há dezenas de anos e não se tem uma solução definitiva não para acabar com a irregularidade climática, que é impossível, mas sim para que o sertanejo, as populações interioranas possam conviver com o problema. Atualmente o Nordeste enfrenta uma seca que vem dizimando suas plantações, seu gado e vitimando os agricultores e toda a população.

Em todo o Estado, campanhas distribuem doações de água potável, alimentos e roupas para quem sofre com os efeitos da estiagem. Os números são preocupantes. Das 184 cidades cearenses, 178 estão em situação de emergência em decorrência da seca. Os reservatórios do Ceará estão apenas com 41% da capacidade total.  

As pessoas, os animais e as plantações sofrem por todo o Nordeste. Atingidos novamente por uma seca há dois anos. Há problemas de toda ordem, dentre eles, o principal, o abastecimento d´água. 

Das soluções aplicadas para minorar o problema estão as cisternas, que ajudam o povo a enfrentar a falta de água, com o armazenamento de água das chuvas.

Cisternas de cimento e de polietileno

Um fato estranho e para re refletir foi noticiado pela imprensa nos últimos dias que os governos compraram 49 mil cisternas de polietileno, para distribuição no interior. Nas matérias vídeos foram apresentados onde muitas pessoas mostram que unidades das cisternas de polietileno estavam com problemas em decorrência do calor intenso e exposição ao sol, o que as deformaram. Elas seriam instaladas em 113 municípios do Ceará. Até que me provem o contrário, acho que as cisternas de cimento são mais viáveis, pelos motivos apontados.

O custo dessas cisternas de polietileno é de R$ 5.000 (cinco mil reais). Por outro lado as cisternas construídas de cimento saem por menos da metade do preço, ou sejam por R$ 2.200,00. Não é de se estranhar um gasto maior de 100 por cento na compra de cisternas de polietileno em vez de fazer cisternas de cimento, usando ainda mão-de-obra local? O simples fato de ter o aproveitamento de mão-de-obra do sertanejo e assim lhe proporcionar trabalho e remuneração já justificaria o uso de cisternas de cimento.

Ora, com a construção apenas de cisternas de cimento, o custo seria bem menor e o dinheiro destinado para as obras circularia pelo interior do Estado, além do que mão-de-obra de pedreiros e serventes poderia ser usada, visto que não há empregos suficientes em toda a região interiorana, o que aumenta por sua vez o êxodo rural. Além disso as cisternas de cimento são muito mais resistentes.

Por que então se justificaria o gasto de milhões para a aquisição de cisternas de polietileno? Das duas uma: os envolvidos não foram consultados e as pessoas competentes tecnicamente não foram ouvidas sobre o assunto. Ou então há interesses escusos nas negociações – alguém estaria ganhando para “empurrar” as cisternas de plástico...

O site “Cisternas da Discórdia”, diz que:

As cisternas, feitas de polietileno, foram adquiridas pelo Ministério da Integração Nacional (MIN) como parte da ação do programa Água para Todos para atender as famílias da Região Nordeste. O primeiro lote de 60 mil unidades foi comprado em novembro de 2011 por R$ 210 milhões, através de licitação que teve como única concorrente a empresa mexicana Dalka, que no Brasil tem o nome fantasia de Acqualimp. A licitação foi realizada pela Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco (Codevasf), que também coordenou os pregões eletrônicos para contratação das empresas responsáveis em instalar as cisternas em oito estados da região Nordeste e em Minas Gerais. Em Pernambuco, a Engecol, sediada em Petrolina, ganhou a concorrência para instalação de 22.679 cisternas.

Somando os valores da compra da cisterna de polietileno e da instalação, cada unidade custou em média R$ 5.090 para os cofres públicos, quase o dobro do preço das cisternas de placa (alvenaria), até então únicas construídas no País por ONGs que recebem apoio financeiro do Governo Federal. Cerca de 500 mil cisternas de placas, que custam em média R$ 2.500, já foram construídas no Brasil. Alegando que, apesar de mais caras, as cisternas de polietileno são mais duráveis, resistentes e, principalmente, mais rápidas de ser instaladas - tendo em vista a urgência das famílias que enfrentam a seca -, o Ministério da Integração Nacional optou em adotar essa nova tecnologia.

A triste “indústria da seca”

Falou-se muito na indústria da seca. E ela continua, o que constitui como um aproveitamento da triste e lamentável situação do nordestino, vítima de sucessivas secas e com representação política insuficiente para defendê-lo. Ganham os espertalhões ao usarem a seca para vender seus produtos a preços superfaturados e assim aproveitar mais e mais do dinheiro do contribuinte.

Tudo isso seria motivo de uma grande investigação por parte dos órgãos técnicos competentes, os quais deveriam divulgar o porquê da aquisição de cisternas de polietileno para o nordeste. 


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