Sobre a origem histórica da Igreja de Fátima vale
mencionar as Aparições de Nossa Senhora de Fátima, que ocorreram em 1917 quando
Lúcia dos Santos e os seus primos Francisco e Jacinta Marto, popularmente
chamados de "Os Três Pastorinhos", afirmaram ter presenciado seis
aparições de Nossa Senhora no lugar da Cova da Iria, na cidade de Fátima, em Portugal.
Em Fortaleza, Ceará, como homenagem a Nossa
Senhora foi construída a linda Igreja de Fátima, localizada na Avenida 13 de
Maio, um marco representativo e também uma referência a Nossa Senhora de
Fátima. Este texto não tem nenhuma pretensão história e simplesmente narrar
minhas ligações com a Igreja de Fátima e compartilhar com os amigos e familiares.
Minha chegada a
Fortaleza
Logo que cheguei de São José dos Campos, São
Paulo, onde nasci, moramos inicialmente em uma casa que ficava em uma rua
lateral ao Colégio Nossa Senhora das
Graças, por indicação de minha saudosa tia Irmã Margarida, que hoje não
mais está entre nós fisicamente. Tia Freira, como eu a chamava, era pertencente
à Ordem Cordimariana. O Colégio teve a sua origem no Benfica, com a denominação
inicial de Ginásio Americano. Em 1950 as Religiosas da Congregação das Filhas
do Coração Imaculado de Maria assumiram a direção e em 11 de fevereiro de 1958,
transferiram-se para o bairro de Fátima, a fim de atender as necessidades da
infância e da juventude de um bairro (Bairro de Fátima) que nascia sob as
bênçãos da Virgem de Fátima.
Pela proximidade de nossa residência e pelo fato de a minha “Tia Freira” (Irmã
Margarida) ser professora eu frequentava muito o Colégio Nossa Senhora das
Graças, sendo alvo de atenção das alunas e outras irmãs que pediam para que eu
pronunciasse a palavra “Fortaleza”, dissesse o nome “vermelho”, tudo para
curtirem as diferenças do som da letra “R” no sotaque paulista. Lembro que cada
irmã tinha um chamado especial, como um código, que era acionado pela recepção
através do toque de um sino. Com esse código, cada irmã podia ser localizada
facilmente e se dirigir até a Secretaria. Uma boa, inteligente e simples forma
de comunicação, quando nos reportamos ao ano de 1962. Posteriormente nos
mudamos para um apartamento quase ao lado da Catedral da Sé, em frente ao Arcebispado.
Minha Tia Freira chegou a me levar para um retiro, não lembro exatamente em que
ano, durante um período de carnaval. Fui então passar dois dias com as freiras
e alunas do Colégio Nossa Senhora das Graças. Lembro que na localização foram
instaladas camas de campanha de lona, cedidas pelo Exército, instituição amiga,
pelo fato de ela própria, Irmã Margarida, tinha um irmão Cel. do Exército, em
Lorena e muitos outros familiares militares. E passei esse tempo, com uma
máscara de zorro e com um revólver de brinquedo (foto).
E mais adiante nova mudança, desta vez para a
Rua Mário Mamede, por trás da Igreja de Fátima. Era uma vila de casas e tinha
bons amigos para brincar, como o Carlos Henrique e o Mourão (que atualmente é
médico em Fortaleza), mas que nunca mais tive contato. Chegamos a morar também
em um apartamento no final de Costa Barros, bem em frente ao Arcebispado e
muito próximo da Catedral da Sé.
Pois bem, pela proximidade da Igreja de Fátima,
a minha “Tia Freira” logo me colocou para fazer o catecismo. Era o saudoso
Padre Gerardo que nos ensinava as orações e nos preparava para a primeira
comunhão, que fiz lá mesmo (fotografia, em nossa casa na Mário Mamede).
Em um dia 13 de Maio, salvo engano o do ano de
1962, ela fazia parte da equipe que organizava a procissão, saindo da Igreja do
Coração de Jesus, no centro de Fortaleza, até a Igreja de Fátima. Eu participei
dessa procissão, a pedido da Tia Freira, em uma camionete aberta, não lembro
mais o tipo, paramentado simbolicamente de anjo.
Na Igreja de Fátima existiam meus colegas
vizinhos que ajudavam as missas e que eram coroinhas. Eles me chamaram para eu
participar e eu aceitei. Tinha que aprender as respostas em Latim. A disputa
por quem ajudava mais missas era grande. Minha batina de coroinha era a menor,
de número 1 (toda vermelha, com uma parte branca por cima, mas não sei mais os
nomes das vestimentas).
Peripécias e artes de
criança
Apesar de muito concentrado nas atividades, nós
por vezes pedíamos para comer as hóstias que ainda não tinham sido consagradas!
Imaginem...
E em uma das novenas, na Igreja de Fátima, bem
em frente ao altar, naquele retângulo enorme, eu ficava em pé, balançando o
turíbulo: “O turíbulo é utilizado principalmente nas missas solenes. É um
objeto que queima o incenso com a simbologia de que nossas orações subam aos
céus, assim como a fumaça do turíbulo, que também sobe aos céus”, explica o
Missionário Redentorista,
Fr. Murilo Di Carvalho.

Primeira Eucaristia e Casamento
Foi o local em que fiz minha primeira Comunhão,
participei como "anjo" de uma procissão e no futuro viria a me casar.
Toquei muitos casamentos como músico profissional e levado por minha tia Maria
de Lourdes, quando tinha 11 anos de idade. Nesta belíssima Igreja de Fátima,
após alguns anos morando em Messejana, e já tocando guitarra com o nosso
Conjunto Musical Big Brasa eu voltei para o meu casamento, no ano de 1973, com
o então Monsenhor Gerardo! A solenidade foi filmada pela TV Ceará Canal 2,
integralmente e teve partes exibidas durante o programa do Augusto Borges, Show
do Mercantil, do qual eu era produtor musical e também músico, com o nosso
Conjunto Big Brasa.
Nesta oportunidade
escolho para homenagear, in memoriam, o Monsenhor Gerardo e minha querida Tia
Freira, Irmã Margarida (Maria de Lourdes Brandão).
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