Considerações iniciais aos filhos e amigos de Balsas – Maranhão
Necessário este breve histórico para aqueles que não conhecem nossas origens familiares. Meu nome é João Ribeiro da Silva Neto. Meus avós, João Ribeiro da Silva, que foi uma referência local e Maria Ribeiro da Silva nasceram em Balsas, no sul do Maranhão. Os meus pais, Alberto Ribeiro da Silva e Francisca Amasile Pereira da Silva também nasceram na mesma cidade. Na cidade de Balsas as famílias praticamente todas se uniam e quase todo mundo era primo ou parente próximo ou amigo. Nas férias todos se encontravam e assim ocorriam encontros muito felizes durantes essas saudosas e inesquecíveis temporadas.
Em razão da grande afeição pela cidade de Balsas, que o meu pai sempre manteve, além das amizades e parentescos existentes, logo surgiu a ideia de uma apresentação musical em Balsas, com o nosso Conjunto Big Brasa, fundado em abril de 1967 e que completaria hoje 50 Anos de Lembranças! O grupo nasceu com as novidades de um dos maiores movimentos musicais do Brasil, a Jovem Guarda, nos chamados “Anos 60”, o que se estende até hoje em dia marcando sempre sucesso. A intenção deste texto é unicamente associar um grande evento de amigos, em Balsas, aos 50 anos de existência do Conjunto Big Brasa e sua participação como primeiro conjunto musical da Jovem Guarda a se apresentar no Clube Recreativo Balsense, que acredito ser de muita importância para todos que preservam os aspectos culturais e históricos. Além de oferecer essas lembranças a todos os nossos amigos e parentes.
O Encontro dos Filhos e Amigos de Balsas
No dia 29 de julho de 2017 vai ser realizado mais um grande Encontro dos Filhos e Amigos de Balsas, já em sua quinta edição. O evento bienal tem conquistado mais sucesso a cada ano. A festa congrega amigos, filhos de Balsas e pessoas que admiram a cidade, muitas delas que se encontram morando em praticamente todo o Brasil.
Assim, em 2017 este Encontro será novamente realizado no Clube Recreativo Balsense! E com um detalhe, com músicas dos Anos 60 e de Jovem Guarda. O fato fez surgir uma ideia, de minha parte, no sentido de comemorar também os 50 anos da primeira apresentação em Balsas de um conjunto que utilizava as ainda não tão conhecidas “guitarras” e a música da Jovem Guarda, quando o Conjunto Big Brasa se apresentou de forma marcante e inesquecível no mesmo Clube, em Balsas, no final de 1967! Seria um registro fundamental desta participação musical em Balsas.
Em Balsas, uma festa marcante em 1967, há 50 anos, com o Conjunto Big Brasa!
O Clube que recebeu a festa com o Conjunto Big Brasa em 1967 há exatamente 50 anos ainda funciona no mesmo local da cidade, com uma estrutura bem melhor. É o conhecido Clube Recreativo Balsense (CRB). O Conjunto Big Brasa era integrado pelo Dummar, Carló, Marcos Oriá, Severino e eu (João Ribeiro). Chegamos à cidade e foi aquele sucesso estrondoso. Como grande novidade aquele grupo de jovens, muito novos, que com muito entusiasmo levavam o som de nossas guitarras. O fato de uma música nova, diferente, tocada por jovens e com instrumentos novos despertava muita atenção por parte de todos. Foto original de 1967, pertencente ao acervo do Conjunto Big Brasa.
Pensando nisso lembrei como seria importante uma homenagem para todas aquelas pessoas – e foram muitas - que participaram e incentivaram o evento, além logicamente dos componentes do grupo, (os irmãos e meus primos legítimos Carlomagno, "Carló" -in memoriam- e Adalberto Pereira Lima, ambos balsenses, que integravam o Conjunto Big Brasa de forma brilhante!
E há outra feliz coincidência em 2017! O atual Prefeito da cidade de Balsas, Erik Silva, também meu primo e amigo, filho de José Bernardino Pereira da Silva (in memoriam), além de outras personalidades locais que deveriam ser homenageadas com os registros em meus livros que retratam a história, para que tudo pudesse ficar disponível nos centros culturais e históricos de Balsas!
E mais: a presença de componentes balsenses do Big Brasa!
E há outro motivo enriquecedor desata data. Dois componentes do Conjunto Big Brasa, que moravam em Fortaleza conosco, são de Balsas! Nada menos de que o nosso inesquecível Carlomagno Pereira Lima, o Carló (in memoriam) e seu irmão Adalberto Pereira Lima, os quais respectivamente tocavam contrabaixo e guitarra. Além disso, eu, João Ribeiro, guitarrista-solo do Big Brasa, que apesar de ter nascido em São José dos Campos, São Paulo, por uma contingência da vida, sempre me considerei balsense de coração, desde os tempos de infância até os dias atuais.
Uma verdadeira “Festa de Arromba” em Balsas, em 1967!
Os maiores entusiastas daquele evento foram sem dúvida o meu pai, Alberto Ribeiro e meu primo e amigo José Bernardino Pereira da Silva, conceituado e inesquecível médico da cidade, além de inúmeros outros parentes e amigos, como o Gonzaguinha e tantas outras pessoas. Os dois vibravam muito com a presença do Big Brasa, subiam ao palco, sendo visível a sua satisfação e gosto pela nossa apresentação, pela novidade apresentada e principalmente por sermos todos amigos e parentes! Assim o pessoal estava todo mobilizado e entusiasmado com a nossa presença.
A festa - muita curiosidade em torno das novidades!
A curiosidade e o desconhecimento de conjuntos faziam que surgissem confusões até mesmo de nomenclatura dos novos instrumentos (guitarras), quando uma pessoa da cidade perguntou para o meu pai Alberto Ribeiro, o “Mestre Alberto” como era chamado por muitos de seus amigos, logo após nossa chegada, se o nome daquele instrumento era “tarracha” ou guitarra. Ele sorriu pelo desconhecimento daquele termo e explicou direitinho, que o nome era mesmo “guitarra”. Seguimos do aeroporto de Balsas em cima de um caminhão, que rodou pelo centro e principais ruas de Balsas, acompanhado por outros carros (a maioria jipes), como uma “carreata”. O pessoal ficava olhando aquilo tudo, admirado e acenando das portas e janelas. Tudo aquilo foi realmente impressionante para nós e a responsabilidade pesava mais ainda, depois daquela recepção. E foi assim que o Big Brasa se tornou o primeiro conjunto com guitarras a se apresentar em Balsas. Daí se explicava toda aquela curiosidade e como muita gente ainda relembra com saudades dos acontecimentos.
A divulgação da festa no CRB, em Balsas, no ano de 1967!
Um panfleto circulou pela cidade, antes de nossa chegada, anunciando:
“A partir do dia 18 do corrente mês se encontrará em nosso meio o conjunto Big Brasa, autêntico representante da música popular moderna. Trata-se de um conjunto de jovens, onde figuram dois balsenses, e que vem alcançando grande sucesso no meio social de Fortaleza. Espera-se contar com o apoio integral do povo balsense para este acontecimento, que cumprirá uma dupla missão: recreativa e cultural”.
Componentes balsenses do Conjunto Big Brasa
Carlomagno Pereira Lima “Carló” - in memoriam
O nosso saudoso Carló era meu primo, amigo e cunhado. Contrabaixista do Conjunto Big Brasa, também exercia a função de um dos cantores do conjunto. Durante sua permanência fez parte da chamada “espinha dorsal” do Big Brasa. Moramos juntos por muito tempo, em Fortaleza, e o considero ainda como mais um irmão. Participamos de diversos momentos da juventude juntos, vivendo praticamente as mesmas emoções. Teve que deixar O Conjunto Big Brasa em virtude de ir cursar a faculdade na Escola de Agronomia de Mossoró, no Rio Grande do Norte, onde viria a se formar. Desenvolveu posteriormente projetos agrícolas em Balsas, assumiu por um período a direção técnica da Televisão Rio Balsas, afiliada da Rede Globo e foi professor de Física, Matemática e Ecologia na Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), em Balsas. Exerceu a função de diretor do Curso de Agronomia da UEMA.
Adalberto Pereira Lima
O Adalberto (também meu primo e irmão do Carló), depois da ida do Conjunto Big Brasa a Balsas teve seu ingresso no Big Brasa no final de 1968, quando chegou a Fortaleza para estudar, pouco depois de nossa estada em Balsas. Preparou-se para o Conjunto Big Brasa aprendendo violão. Ao chegar assumiu a função de guitarrista-base. Fez parte da estrutura básica do Conjunto por muito tempo e passou a tocar órgão eletrônico, instrumento que aprendeu rapidamente. Engenheiro agrônomo, por formação, atualmente é consultor da empresa Tijuca Alimentos, grande empresa produtora de ovos e frangos do Ceará.
João Ribeiro da Silva Neto – (Beiró) - guitarrista-solo, tecladista e vocalista. Desde novo estudou música e se dedicou à profissão com todo o entusiasmo possível. Como guitarrista-solo do conjunto usava sua guitarra para “tirar” todos os sons possíveis. E tentava os sons “impossíveis” com o auxílio de pedais de efeitos diversos. Pelos solos, efeitos e improvisos agressivos, chegou a ser considerado como um dos melhores guitarristas do Norte e Nordeste, segundo comentários da imprensa local sobre o meio artístico e publicação da TV Rádio e Revista. Em um dos shows do cantor Ednardo Sousa, no Teatro José de Alencar foi muito aplaudido por um dos improvisos na guitarra. Seu objetivo como músico era o profissionalismo: ser um músico correto, tanto com seus companheiros quanto com o público em geral. Sempre buscou o aprimoramento das técnicas musicais, procurando fazer o melhor possível dentro das possibilidades existentes. O que hoje em dia se chama de “Qualidade Total”, cujo princípio é, “fazer certo da primeira vez”. João Ribeiro, talvez por intuição, já empregava esses conceitos naquela época.
Três livros sobre o Conjunto Big Brasa
E continuam as comemorações relativas aos 50 Anos do Conjunto Big Brasa. A história completa do Conjunto Big Brasa, escrita por mim, João Ribeiro da Silva Neto, está em três livros sobre o período. Os mais recentes lançados em abril de 2017. Vale dizer que estas publicações são únicas em todo o Estado do Ceará e representam registros históricos e culturais de um período muito importante da música, os chamados Anos 60 e a Jovem Guarda!
Considerações iniciais aos filhos e amigos de Balsas – Maranhão
Carlomagno Pereira Lima “Carló” - in memoriam
O Adalberto (também meu primo e irmão do Carló), depois da ida do Conjunto Big Brasa a Balsas teve seu ingresso no Big Brasa no final de 1968, quando chegou a Fortaleza para estudar, pouco depois de nossa estada em Balsas. Preparou-se para o Conjunto Big Brasa aprendendo violão. Ao chegar assumiu a função de guitarrista-base. Fez parte da estrutura básica do Conjunto por muito tempo e passou a tocar órgão eletrônico, instrumento que aprendeu rapidamente. Engenheiro agrônomo, por formação, atualmente é consultor da empresa Tijuca Alimentos, grande empresa produtora de ovos e frangos do Ceará.
Algumas das pessoas da comunidade de Balsas que estiveram na referida festa, muitos deles nossos parentes, que também incentivaram este grande evento realizado em 1967, no Clube Recreativo de Balsas (CRB) com o Conjunto Big Brasa.
Antonio Adolfo
Elísio Coelho
Francisco Coelho
Isaura Fonseca
Joaquim Coelho Júnior
Júnior Coelho
Lourdes Santos
Lucíola Santos
Luís Pires
Nathan Botelho
Nizete Queiroz
Vânia Solino Coelho
Wagner Pires Coelho
Wálber Queiroz
Walter Queiroz
Wellington Fonseca
(In memoriam) – em ordem alfabética
Alberto Ribeiro da Silva
Aluísio Soares
Aluísio Soares
Antonio Pires
Geminiano (Gimi)
Gonzaguinha Pereira
Joaquim Coelho
José Bernardino Pereira da Silva
José Bernardino Pereira da Silva
Leonizar Braúna
Moisés Coelho
Pedro Ulisses Coelho
Perolina Milhomem Coelho
Pimba
Raimundo Chaves
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